Nunca pensei bem sobre os efeitos da adoção. Eu só pensava que era uma boa ação.
Na adolescência sempre pensei sobre isso. Com o tempo eu parei de pensar sobre isso.
Até o dia em que a minha mãe adotou a Adriana.
No começo estranhei, não sabia como agir e nem sabia como gostar de uma pessoa que não era do mesmo "sangue".
Por muito tempo neguei, e para algumas pessoas nunca contei. Sempre dizia:
_ Ela é minha irmã, gêmea do Samuel (afinal eles são da mesma idade.)
Parei de negar, afinal a maioria das pessoas sabia que ela era adotada, mesmo sendo tão parecida comigo.
O amor surgiu de um jeito inexplicável. De repente ela era a irmã mesmo. Aquela que a gente sempre sonha desde pequena. Aquela para arrumar o cabelo, fazer companhia e até brigar.
(Podem acreditar, a gente briga mesmo tendo 18 anos de diferença -rs) E agora não sei viver mais sem ela.
Mas a Adriana tem mais 4 irmãos. E um dia dele vi ela encontrando com eles. Os abraços , as conversas, os sorrisos e o brilho no olhar.
Senti ciúmes.
Depois comecei a pensar nas coisas: Eles são irmãos, ela é minha irmã.
Me imaginei longe dos meus, longe do Diego, do Samuel e agora longe da Adriana.
Uma lágrima escorreu no canto do olho.
Como as coisas foram confusas pra mim, imagina pra Adriana?
Tudo que eu pensava sobre adotação, mudou.
Não sei nada sobre efeitos, consequências, nem sobre significados.
Posso dizer:
Adoção é amor, entrega, participação, é trazer alguém para família.
É torna alguém parte de um todo.
É coisa de Deus.
E a gente realmente entende certas coisas, quando começamos a pensar sobre ela.
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Eu e a Adriana com anéis iguais rs |